NO ARPOADOR COM VINICIUS, TOM E O DESCOBRIDOR
3° DIA - TERÇA
(05.04.2011)
Vinicius
era um bom amigo, suas canções sempre foram divididas com seus parceiros da
boemia, e esses amigos foram os melhores para se criar a fidelidade do companheirismo.
Sempre tive na mente que se Vinicius não fosse da área de humanas e não tivesse
interagido no jornalismo como profissão, ele não seria tão inventivo, tão
poeta, tão humano e tão conquistador. Ele não levou pra cama apenas as suas
nove mulheres, mas geração e gerações de brasileiros. Até eu mesma já fui para
cama com o “soneto de fidelidade” ouvido de um disco de vinil, e até sorri quando
soube que nasci em abril e o querido “poetinha” havia dito – Ariana, a mulher –
“Se Ariana era a morte, por que não havia de ser Ariana a vida?”... E foi esse
positivismo que me conquistou...
Mas tudo
tem um “Toquinho” de “Tom”, uma pitada de “Jobim” e a essência do “sim”. Ai do
Tom (do som) se não fosse aquele professor Alemão e toda a sua melancolia
sofrida por algum trauma familiar. E isso equivale ao futuro do desempenho e
desenvolvimento de todos que estão na terra, absolutamente, todos temos
que ter alguma histórias triste para contar com um brilho no olhar.
O
Descobridor não sabia de nada, nem mesmo havia pisado no Arpoador. A verdade é que
ele nunca viveu o lugar que nasceu. Mas, com olhos de turista, eu corri até a
pedra pra ver se pegava uma baleia, ou quem sabe salvava um pinguim – Tudo para
ouvir o chamado do meu amorzinho, que nem ao menos um beijinho se deu ao
trabalho de me dar. Então, parei e ouvi as ondas quebra-pedra cantando “Garota
de Ipanema”, se bem que Vinícius e Tom poderiam ter conhecido uma Cearense para
“compositar”, mas, será que não era uma Cearense para quem eles cantaram “Ela é
Carioca”? Com tantas afirmações, eles sussurraram: “Eu vejo na cor dos seus
olhos as noites do Rio ao luar. Vejo a mesma luz. Vejo o mesmo céu. Vejo o
mesmo mar”. Eu tenho lá minhas dúvidas se essa Carioca não era uma Cearense, porque
o Descobridor estava comigo na descoberta do Arpoador e parecia que ele me
dizia em seu sorriso, que tudo se refletia em mim como um paraíso...
Depois
acabei me transformando na “Januária” por não me dá conta da minha graça tão
singela de mulher.
“Há muita gente que diz coisas belas
Mas essa gente que diz "vai por ela"
Eu que também fui por ela, sei disso
Eu é que amei, eu é que sei
Todo despeito que há nisso
Porque pra mim ela foi, cento por cento
Nunca deixou de me amar, um só momento
Pode falar quem quiser
Mas no meu fraco entender
Ninguém, ninguém foi tão mulher”
(Jane Eyre Queiroz)
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