segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

NOTA DE AGRADECIMENTO



Perdão aos amigos de boa fé que não atendi aos telefonemas, e nem as mensagens. Mas a comunicação ficou difícil aonde me encontrava. E ao chegar neste mundo cibernético pude absorver ainda mais o enorme carinho sentido à flor-da-pele. Não irei responder a cada recado, e os apagarei com respeito, pois sinto uma dor dividida em pedaços. E cada resposta uma lágrima, e cada lágrima um sentimento de vazio. Não quero me secar. Preciso ficar bem cheia, e assim já me sinto com cada abraço sentido de longe e cada palavra de força transmitida.

Existi uma coisa muito forte em cada um de nós chamado - intuição - e como usamos pouco essa força fantástica. No final deste ano, pude senti-la mais forte, e no final de um dia 29 e outro dia 31 pude sentir o quanto é grande a doação que podemos fazer para o bem, e sentir dos que nos cercam a felicidade a cada passo. Agradeço agora com um sorriso terno e eterno aos que fizeram questão de segurarem a minha mão, e de sentirem a minha força captada pela dura dor. O ciclo da vida é estudado quando não temos nenhuma percepção, e somente sentida quando o ciclo se faz por completo; e felizes daqueles que completam este ciclo.

Aos filhos - que sejam perdoados pelas promessas não cumpridas, pelas distâncias sem diálogos, pelas bênçãos não pedidas. Aos Netos Adultos - que aprendam a ser Pais sem seguirem o caminho da genética, porque mais culpados os acho, pois possuem a capacidade de discernimento, o estudo que seus pais não tiveram e a humanidade que se faz necessária vista aos olhos do hoje. Aos Netos não adultos e aos Bisnetos, que um dia leiam isto, e que não sintam um racor quando a história for entendida, mas que mostrem com exemplos que o melhor pode ser feito, basta ter a tal força de vontade e um pouquinho de humanidade, e assim, seus Avós ou Bisavós os agradecerão com muita luz no caminho.

Sinto pela enorme mágoa que carrego no peito do dinheiro que sujou os caminhos que eram claros como os olhos de meu Pai, das pessoas que falam sem imaginar sequer as consequências do poder das erradas palavras, e ainda das palavras que aqui faço se parecerem duras demais. Mas em vão de tudo isso, me sobra um enorme amor e uma paz indescritível do que eu não compartilhei, dos estúpidos pensamentos que não dei chance de serem divididos.

A última vez que fui visitar a minha mãe na casa que era dela, pude ouvir as bênçãos e a frase que vai ficar em minha memória para sempre:”...vá e seja feliz...”. E nas últimas visitas que a fiz em meio a natureza, pude apenas ver um sorriso da alegria cada vez que ela me via (...) Eu cantei na UTI - “Que nem Jiló” - e enquanto eu a olhava e beijava a sua face, pude sentir em algumas tentativas de respirações mais profundas a música sendo acompanhada, pois era a música que cantávamos juntas em dias das minhas insanas alegrias. Absorvi em um último momento o ensinamento do “compartilhar” que foi nos dado da sua maneira. Como cada um possui uma interpretação, aprendi em dias de Domingo que onde se alimentam 3 bocas, podemos alimentar mais 10, e pude estender esse compartilhamento em meus sentimentos, e em minhas emoções. Então, absorvo apenas o melhor do que pude aprender, porque é somente isto que deve ser filtrado; os momentos bons, os momentos do bem. Pois para o restante grito o que não quero, e possuo um grito forte, espantando o que não me convém. Com isso torço para que nesse caminhar, as pessoas que poderiam ter sido melhores se façam para outras, e não mais para mim.

Aos poucos consangüíneos que tenho o carinho da convivência, aos meus amigos, aos pais de meus amigos, aos avós de meus amigos, isto é, a familia que pude redescobrir nessa caminhada de fé, quaisquer palavras que eu possa mencionar será pequena para o tamanho da emoção que sinto em tê-los por perto. O meu melhor agradecimento não irei deixar em palavras, mas em cada atitude que eu puder fazer em minhas caminhadas, juntamente dos sorrisos que eu fizer por receber , sendo compartilhado aos meus.

Aprendo com tudo que o diálogo está para o amor, e o silêncio para a dor.

(Jane Eyre Queiroz)