O QUE O
MUNDO ENSINA,
ENQUANTO A
VIDA BRINCA
1° DIA - DOMINGO
(03.04.2011)
O dia estava começando e novas histórias estariam por vir. Eu
passaria a tarde inteira andando de bicicleta se o cansaço me permitisse, mas
preferi andar e absorver ao máximo aquele novo local que se chamava Ipanema...
E por alguns minutos me senti a “Garota de Ipanema”, porque a minha alma estava
se renovando como se o meu sorriso fosse extrapolar, como quem vê um louco com
gargalhadas aos poucos, e eis aí a primeira história sentida no tímpano ainda
dolorido de um vôo para aquele lugar.
... A mais sutil das histórias, com o verbo agradecer, de
quem vos fala que sofreu a experiência de trocar a palavra “obrigada” por
“grata”, e como é difícil trocar uma palavra de nosso vocabulário diário, por
vezes eu me pegava falando “obrigada” e no raio dos segundos quase que
intercalando com a mesma palavra que eu acabara de dizer, me vinha na mente: - “Droga,
a palavra certa era - Grata - e não - Obrigada - então, mentalmente
eu repetia: - “grata”, “grata”, “grata”, “grata”, “grata”, “grata”, “grata”, na
seqüência de 7 vezes, para fixar-me ao desapego dos vícios da fala, já que a
vida toda me preparei para o desapego dos vícios da alma.
Era um domingo maravilhoso de 03 de abril, a história era
linda, mas não se sabe até onde representava o real. Para uns: “LOUCO”, para
outros: “POETA”, e nas escolhas que a gente pode fazer de qualquer história
contada, ou acredita-se na realidade dos homens naturais e racionais, ou na
fantasia da mais linda alegria encontrada em toda uma poesia. Deus está dos
dois lados, e como toda a interseção devida, ele transforma em real e fantasia
toda história vivida, dando escolhas aos homens de boa vontade a felicidade,
que somente cada um poderá escolher.
Há de se convencer que para toda felicidade, é necessário uma
conversa, então me foi falado: “Mariza Monte”, e relembrei em instantes que - "O
mundo é uma escola. A vida é o circo. “Amor: Palavra que liberta” já dizia o
profeta".
Quantas vezes o mundo nos dar oportunidades e nós esquecemos
de que ele é a nossa grande faculdade, e a vida... A vida é uma safada, porque
ela apronta com a gente de uma certa maneira, que se ela tivesse uma palma da
mão branquinha, eu a daria 7 palmadas com um tamanco de madeira para ensiná-la
que não importa onde se bata, qualquer pancada dói. Mas é assim, o mundo te
mostra, e a vida quer te tirar, nos colocando empecilhos, problemáticas, coisas
que nem nos deveria surgir quando a gente é abençoada pelo mundo, e um vento
qualquer sopra e muda tudo, e aí, é onde entra o circo da vida, em que ela fica
brincando com a gente para nos cansarmos rapidamente e desistirmos de um novo
mundo que nos foi entregue facilmente, mas em algum momento, lá no fundo do que
chamamos de alma espiritual nos vem mensagens subliminares que se fossem
escritas por mim, elas seriam talvez assim: “Vem pra esse mundo. Deus quer
nascer. Há algo invisível e encantado entre eu e você, onde a alma aproveita
pra ser a matéria e viver”. Foi onde Mariza Monte renasceu de novo, e a
história que até agora eu não contei, acaba não sendo nem de louco, nem de
poeta...
Só com Gentileza, dizia, superamos a violência que se deriva
do “capeta-capital”. E anunciando sem cansar, vem a famosa frase: “Gentileza,
gera Gentileza”, um verdadeiro mito contemporâneo, de um cara conhecido como o
Profeta Gentileza.
Um homem que quando menino acreditava em uma missão, mas
antes, cumpriu o papel de marido, pai, trabalhador, onde gerou abundância e
depois se desintegrou. Foi em um perfume de fumaça que ele plantou jardim e
horta. No local de uma tragédia ele fez renascer o verde do alimento, e as
cores do mundo. Mas do que isso, ele falou em verde e amarelo o “amorrr” que
exalou pelas veias, de um palhaço que já conhecia o seu lugar na vida. Ele nos
é uma lição de que a vida nunca deixa de nos aprontar, mas que a gente, tem
muito mais pra dar, um homem enviado ao Rio por Deus, com uma contribuição de “amorrr”
ao mundo pelos Homens do bem, e do bom.
Do viaduto do Cajú, com sua bata branca e com seus
estandartes, pregava-se nas praças e colocava-se nas barcas entre Rio e
Niterói, anunciando sem cansar o “amorrr” com três “erres” pra fixar e a gente
nunca se enganar de que de fato a “alma aproveita pra ser a matéria e viver”.
(...)
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as
letras
E as palavras de gentileza
(...)
Até aqui, foi à lição
que aprendi, falado em poucas palavras, relembrando esse homem que nem ao menos
eu conheci... Mas que foi a partir daí que me eduquei pro mundo, acrescentando em
meus dias a frase mais pedida “Gentileza gera Gentileza”... Assim, ainda que a escrita
não represente um tom íntimo, a solidariedade como tema confere, igualmente,
uma dimensão sentimental ao acontecimento. Mas o sentimento da solidariedade
será sempre afirmado como valor universal.
(Jane Eyre Queiroz)