domingo, 25 de dezembro de 2011

ENCONTRO COM O CHICO

6° DIA - SEXTA


(08.04.2011)
  

“O meu amor tem um jeito manso que é só seu...”
- Eu sou sua menina, viu?
Era a sexta mais esperada de qualquer sexta que já havia passado em minha vida. Nunca dei tanta ênfase a uma sexta-feira que não fosse treze, nem dia de lua cheia, e muito menos data de aniversários, mas era a sexta de concretizar o motivo de estar no Rio de Janeiro, com sentidos que transbordavam a minha razão. Para acalmar toda essa ansiedade, fui fazer o que todos os dias eu seguia rigorosamente cumprir, andava vendo o tempo passar e ouvindo histórias anotadas em rabiscos de um povo carioca, não tão rígidos, e muito menos frios e só em pensar de subir a Serra, já me deixava quente e com calafrios, então ouvia a canção com um coração saliente que bate e bate muito mais que sente.
Caminhar era uma espécie de terapia diária, enganando o tempo e transformando tudo em um ar poético, então nesse dia fui de Copacabana ao Leblon, e quando sento na areia para descansar, levanto a cabeça em direção ao mar - Vejo Chico, naquela altura do cansaço eu nadava no Oceano... Agora, mais cansada, pensava nas estrelas que olharia na noite e talvez a Lua que apareceria... Também a vida é assim, não é mesmo? Umas vezes cheia, outras minguante e depois cheia outra vez... é um ciclo que não nos deixa habituar, pois está sempre mudando, se alterando... Foi, volta a ser, será...
- “Se pudesse faria uma melodia para você...”
Chico, Chico, quantas melodias tu já não fizestes para os amores que tu já tivestes? Na minha imaturidade, te achava uma farsa, hoje acho apenas a metade disso. Você ainda não me provou ter a certeza de seu grande amor, (...) e a Teoria do Homem Cordial? Fale a promessa e cumpra, pois o que o Pai ensina, o Filho tem que cumprir... E a dor no peito que sentes, pode sim aliviar, apenas se entregue, e pare desses temores que te fazem sonhar "Sem Fantasia"... Parece um moleque, parece um menino, que tenta achar na cama a malícia de nunca ser esquecido. Você tá quase achando o caminho Chico, me deixa escapar e estará perdido, aproveite-se das minhas sensações em palavras, e toda a minha alegria, e ao invés de me julgar faça diversas melodias. Eu, desse sexo oposto que tu tanto admiras, te digo com convicção que cama boa é a que tem sensação, transe uma, transe duas, trase ao menos seis, ou às seis se assim queira, mas saiba que eu admiro mais os gestos “Com açúcar, Com afeto”, do quê nossos hormônios. Abra a porta do carro, fale ao pé do ouvida uma gentileza, ou quem sabe aquela safadeza, não se negue, não resista e faça momentos de conquista. Então, assim eu não esqueço você em mim. Quem dizia que não podia comer todas as mulheres do mundo, mas fazia um esforço, era o Jorge Amado, e de amado me causa a suspeita, ele dizia... Dizia, e morreu. “Se” comeu a metade do que a imaginação dele permitia, não teria escrito, escreveriam por ele, pois com tempo e respeito todo escritor faz com jeito. Se me soltar eu voarei pelo ar, e você só escreverá...
... Para nos tornarmos bons amores, precisamos unicamente da capacidade de nos surpreendermos, com o outro e/ou com a gente mesmo...
Ei Chico, quantos amores se achou com as coincidências que se formou? É mesmo? E quantas mulheres que já te amaram têm sobrinhos com os mesmos nomes dos teus? Somos parecidos bebendo, parece que a consciência não nos foge, apesar do corpo vez ou outra escapar... E a nossa alegria? Atrai né? E a numerologia, e os nossos signos, já viu?  E a atração por histórias de toda uma gente diferente? É tão raro eu chorar, mas com você eu confio, e você também consegue soluçar. Você tem um quê de Poeta, e eu um sei lá o quê de Poesia... Quanto entusiasmo, quanta vida nós criamos, e longe um do outro só sinto que não somos nós mesmos, nos perdemos de nossa essência, fica tudo apagado, quase tudo pintado de cinza, mas já te acho, já te ouço, já te bebo, já te sinto, já você será você em sua forma real, cante e me encante, "A Rita" não existe.
(...)
E em um estalo acordei e pisquei os olhos, olhei pra frente e o Chico me notou, e acho que ele até imaginou a confusão que fiz em minha imaginação, ele sorriu, eu sorri em retribuição e não me restaram dúvidas em levantar e voltar pelo mesmo caminho para concretizar o tal destino, mas antes de partir, deixa eu te falar... Pare de cantar “Se eu soubesse”, porque se você souber...  Não me deixará partir.
“Mas acontece que eu saí por aí
E aí, larari, lairiri... ”
(Jane Eyre Queiroz)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


BAR DO JOÃO, E TANTOS OUTROS

7.° DIA - SÁBADO
(09.04.2011)

- Seis copos desta mistura da casa: Cachaça e Amendoim. Umas cervejas “Original”mente geladas, e 16 graus na temperatura que a pele possa sentir, por favor.


Havia esquecido o que eram misturas afrodisíacas até o amanhecer. E esses foram todos os pedidos no Árabe Restaurante, sem esquecer os Kibes, claro. Entre passos e compassos, pude respirar mais verde, mais verdade, e muito mais sentido. A sensibilidade que por vezes se retraí, é a mesma que nos traí em momentos nada imaginados.

Pude ouvir “Revelação”, e pra ir de ponto ao encontro, jamais queria ouvir “Jura Secreta”, porque o sentido trás o que é vivido – “Chorar é bonito e não faz vergonha, eu só acredito no homem que chora e sonha”, e assim diria Fagner. Estava entre as matas, e o lugar me lembrava “Jardim dos animais” que paraíso! A vontade era de levar meu povo na ponta do pé e dançar um Forró bem gostoso, como quem vive no balançar do quadril  “No Ceará É Assim”. “Bateu Saudade”...

Fui apresentada ao João, que me lembrou instantaneamente ao Poeta de Pele Vermelha: Um homem vivido, sentido, e eternizado com suas palavras em forma de poesia; hora existentes, hora improvisadas, e outras tantas horas apenas sentidas. João é uma daquelas figuras que entra para a lenda, ou para a tradição. Um tanto distraído, um tanto explosivo, que se vê na pupila dos olhos, os amores mal vividos. De olhar direto, com música na ponta dos neurônios, ritmos perdidos, e outras horas achados sem querer. Ele me serviu uma cerveja, quando o pedido foi uma água, e das descupas nada se vale:

- Se já colocastes o pecado para beber, passe a língua com delicadeza e experimente logo a safadeza.

- Ah João, se fosse assim tão fácil. Olhe para cima: Tu vês a música? Tu vês o violão? Ou tu vês o homem com a canção? Tu me dirás uma resposta simples, como a forma que vê, porque tu não tens sentimento em cima da coisa que para mim é objeto direto, repleto de adjetivos, e acompanhado de preposições essenciais.  Eu vejo cada parte separadamente, e tudo em uma só, e muito mais do que a visão possa me mostrar.

João, Altista Plástico, como assim se denomina, recita o Poema da Vida, fala de Amor e Humanidade, sussurra a importância de nossos passos, e com um sopro voltado para a lua cheia que nunca acaba; Uiva-me de graça a resposta pedida: VIVA.

Dou-lhe um sorrido, explicando a minha origem através dos versos de Patativa do Assaré, e ninguém acredita. Sigo ligeiramente embreagada o conselho de João, e continuo a estrada. O que constitui a soberba de ser sóbrio(a)? E o corpo saudável no mundo instintivo? Aqui, não faço nenhuma apologia à embreaguez, apenas um questionamento dentro da capacidade de poder sentir tudo de novo no amanhecer, com lembranças da forma diferente de "se" poder ser.

Uma janela larga, e uma natureza de encher os olhos e a boca no verdadeiro “Bom Dia”.  Água gelada, e a mais gostosa de Itaipava. O seio, o ventre, e qualquer parte onde haja neurônios para transmitir sensações – A questão em nós mesmo, não é a do formato, do tamanho, da cor, da idade; mas sim, se existe sensações, e se funcionam como deveriam. Se temos reações, se temos todo um leque, todo um espectro de sentimentos. E foi preciso o álcool para se chegar até aqui, a essa tal de lucidez reflexiva. Compreendo a vida como um ser por seu próprio mérito, que nos ama, que depende de nós, para quem, de vez em quando, somos uma grande alegria e que, de vez em quando representa à alegria para nós.

E para manter a nossa alegria, como um todo, às vezes temos de lutar por ela. Podemos ter de abdicar de muitos confortos por algum tempo. Podemos viver sem a maioria das coisas por longos períodos, praticamente sem qualquer coisa, mas não sem a nossa alegria. O caminho é dialogar com pensamentos e sentimentos que tanto nos tocam com delicadeza, quando trovejam dentro de nós.



(Jane Eyre Queiroz)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011


DO ÚLTIMO AO PRIMEIRO

8.° DIA - DOMINGO
(10.04.2011)

Nove anos, isso, 9 anos era a idade que eu tinha quando meu pai decidiu me fazer perder o medo de altura. Subimos em um prédio muito alto, e lembro bem disso, porque chegava a uma determinada altura quando eu olhava para o prédio que não conseguíamos mais contar os andares, e o sol estava baixando, e a noite começava a surgir. Chegamos na cobertura, e o vento era tão livre que brincava de rodar e assobiar. Meu pai andava com um vigor e uma disposição que eu não me dispunha a ter, foi quando ele olhou para trás e disse: “Venha, solte essa escada e ande”. Eu balancei a cabeça e baixei os olhos, e nada falei, estava com medo, muito medo. Ele se aproximou, levantou o meu rosto e disse: “Você vai aprender ainda muita coisa mocinha, e nessas lições, eu só quero que você nunca tenha medo de tentar, então preste muita atenção no que eu te direi agora...”. E com gestos ele me explicou: ”...  A sua mão direita é o mundo, e a sua mão esquerda será sempre você. A todo instante o mundo tentará te abraçar e você se sentirá sufocada e calorenta, então partirá. Mas alguns outros momentos, você irá querer abraçar o mundo, e irá pedir muita força para o prender, só que você esquecerá que a sua mão esquerda não tem toda a força de sua mão direita, então o mundo se partirá, se partirá quebrando alguma coisa, ou apenas se partirá, e daí virão as pequenas descobertas...  Aos pouco irá perceber que não é necessário de força para ter o que mais gosta, basta ter um sorriso e um abraço, e uma lição que valerá um diamante, a lição de escrever ou falar o que sente. Perceberá que as mãos não são para prender, e sim, para dar, receber e caminhar. Segure agora a minha mão, e vamos caminhar até a ponta do prédio”. O sorriso surgiu, o calafrio continuou, caminhei com ele até a ponta do prédio e olhei pra toda imensidão que existia da incrível Fortaleza, fora e dentro de mim. Fechei  os olhos e senti o vento da tal felicidade que parecia entrar no meu ventre e tirar todo o medo que me fazia sentir. E o medo parece que fica depositado mesmo dentro do ventre, porque a gente sente como calafrios a hora que ele vem,... E o momento que ele se vai...

O meu último Domingo chegou. Era para ter me levantado cedo e ter ido ao Morro de Santa Tereza. Mas não, eu não vou. Foi a decisão naquele instante. Arrumei a mala, e fui vestir o biquíni, coloquei uma canga e saí antes de chegar o horário de ir ao Aeroporto. Cumprimentei o porteiro e tirei a havaiana do pé, e a dei para as minhas mãos segurarem e caminharem com os meus pensamentos. Queria sentir tudo, e se pudesse, tudo de novo, e tudo outra vez. Não via gente na rua, não via nada, apenas meus pensamentos leves e que me levassem, e após dois quarteirões cheguei  à Praia de Copacabana. Olhei para o mar como se ele fosse me dizer alguma coisa, e nada disse, então resolvi correr. Quando a gente soa, parece que os nossos pensamentos escorregam pelo corpo. Só que os meus não só escorregaram como tomaram conta dos meus pés.  Cheguei no Arpoador e não tive dúvidas de que subiria e olharia aquela imensidão que não era Fortaleza, e nem me traria a força que eu precisava. Não chorei mais, fechei os olhos e sorri. Tive que sair e andar até o posto “7”, o primeiro posto que observei a numeração ao caminhar naquele local, e da minha maneira, cumprimentei à todos que eu passava com o meu bom dia de vida.


E que tudo seja leve, e me deixe levar. Fui almoçar com os amigos que ainda não havia visto, e tomei o “Allegra” para ao menos me alegrar, e assim me satisfazer do medo que não deixei interromper toda a minha vontade de ter vivido momentos fantásticos, quando me destinei a uma cidade de Reis e Princesas. Não comi cogumelos, logo, não cresci e nem mesmo diminuir, mas não poderia deixar de levá-los, ou melhor, trazê-los comigo. Agora me sinto grande com as lembranças, e pequena com os desejos. Ainda vou ver o morro de Santa Tereza, mas de mãos dadas aos passos que me serão dados.


No aeroporto estava lá o Capitão Nascimento, que nem um cumprimento se atreveu a dar. Mal ele sabia que a minha máquina fotográfica estava tão longe e tão bem. Pedi pra parar Capitão Nascimento, pedi pra parar. Nada mais era preciso fotografar, os melhores momentos foram fotografados e me doados, de qualquer maneira, e eu os aceitei. É preciso de tão pouco, e a felicidade é uma lenda que nos faz partir, mas no acalento do mundo ainda espero encontrar, como o vinho que nasce na serra e o mar no sertão, a encantada precisão das horas e dos momentos que ainda virão.

(Jane Eyre Queiroz)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

1934 leituras.

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6ª LINHA VERMELHA
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As linhas vermelhas são exatas divisões e/ou ligações. Dos textos escritos abaixo, apenas 7 textos remetem-se diretamente a mim. O restante são histórias compradas por olhares que pedem o relato escrito com os meus sentidos. Textos nos quais foram pedido permissão para serem publicados, com a dignidade de minha autoria e a revelação de histórias alheias.

Acima da linha vermelha, escreverei 7 dias em formas sinestesicamente vividas. 

... Textos em A d A p T a Ç Õ e S de idéias e sentidos ...

(Jane Eyre Queiroz)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A cada passo, a sociedade que se faz por alguns instantes.



O que precisamos é de gente leve, livre de espírito, mas, sincero nos pensamentos, nas falas e no agir. Mesmo que não se mostre, existe um magnetismo além do que o céu e a terra pode florar . Leve e que se deixe levar, para criar as verdadeiras perspectiva de “gente fina, elegante e sincera”... Assim como nas músicas, buscamos o que cada palavra traça, o que cada verdade, mesmo que por um instante se cria. Mesmo que por um instante? É assim na vida real. Se faz ao máximo, se dá ao máximo, sorri, e se tenta não chorar. E vale brigar? Claro que não. Não podemos reconstruir um presente em cima do passado que não se sabe, da dor que não se sente, da ferida mal curada. Assim sou eu, assim é você, e assim somos nós.

Se deixe levar...

Mas não vamos nos afundar em passados mal resolvidos, a psicanálise trabalharia muito bem isso, provavelmente, colocando um(a) boneco(a) na sua frente, e faria talvez com que você relembrasse o último momento vivido, e no qual tudo que deveria ter sido dito, você diria, alí, para aquele(a) boneco(a). Não é fácil dizer o que você deixou para trás. Graças a Breuer, a Freud e a necessidade humana de sempre querer descobrir mais, podemos dizer que não estamos em época de traumas, de esterismos, ou de guardar histórias no peito maltratado pelos compassos descompassados de um coração vivido.

O presente é feito de Gente, que precisa ser formada com a melhor respiração do diafragma. Acredite em você, e não digo acreditar em um egoísmo generalizado e magoado do tipo que diz: “A fila tem que andar”. Viva um dia de cada vez, não se acelere e não fuja, não esqueça que somos humanos, e praticar a humanidade é raciocinar sem magoar, e isso nos faz diferenciar  dos outros tipos de animais,... Não se magoe.

Queiramos experiências, de dor ou seja lá do que for. Somos espaço novo em cada compasso de amor. Eu digo que “o meu destino é perturbar o sono da humanidade” porque vejo que nossa ciência não é ilusão. Mas uma ilusão seria crer que poderíamos alcançar em outra parte aquilo que ela não pode nos dar, no entanto, a ciência dos bons pensamentos é difícil de arrancar. Dizer a verdade deveria ser um ofício da humanidade e não méritos.

É tempo de vida, é tempo de amor, e por favor, nada de chamar o Doutor e dizer que está com dor. A leveza implica certeza, e não é necessário de nada concreto pra se dizer ao certo que a felicidade chegou.

(Jane Eyre Queiroz)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

NOTA DE AGRADECIMENTO



Perdão aos amigos de boa fé que não atendi aos telefonemas, e nem as mensagens. Mas a comunicação ficou difícil aonde me encontrava. E ao chegar neste mundo cibernético pude absorver ainda mais o enorme carinho sentido à flor-da-pele. Não irei responder a cada recado, e os apagarei com respeito, pois sinto uma dor dividida em pedaços. E cada resposta uma lágrima, e cada lágrima um sentimento de vazio. Não quero me secar. Preciso ficar bem cheia, e assim já me sinto com cada abraço sentido de longe e cada palavra de força transmitida.

Existi uma coisa muito forte em cada um de nós chamado - intuição - e como usamos pouco essa força fantástica. No final deste ano, pude senti-la mais forte, e no final de um dia 29 e outro dia 31 pude sentir o quanto é grande a doação que podemos fazer para o bem, e sentir dos que nos cercam a felicidade a cada passo. Agradeço agora com um sorriso terno e eterno aos que fizeram questão de segurarem a minha mão, e de sentirem a minha força captada pela dura dor. O ciclo da vida é estudado quando não temos nenhuma percepção, e somente sentida quando o ciclo se faz por completo; e felizes daqueles que completam este ciclo.

Aos filhos - que sejam perdoados pelas promessas não cumpridas, pelas distâncias sem diálogos, pelas bênçãos não pedidas. Aos Netos Adultos - que aprendam a ser Pais sem seguirem o caminho da genética, porque mais culpados os acho, pois possuem a capacidade de discernimento, o estudo que seus pais não tiveram e a humanidade que se faz necessária vista aos olhos do hoje. Aos Netos não adultos e aos Bisnetos, que um dia leiam isto, e que não sintam um racor quando a história for entendida, mas que mostrem com exemplos que o melhor pode ser feito, basta ter a tal força de vontade e um pouquinho de humanidade, e assim, seus Avós ou Bisavós os agradecerão com muita luz no caminho.

Sinto pela enorme mágoa que carrego no peito do dinheiro que sujou os caminhos que eram claros como os olhos de meu Pai, das pessoas que falam sem imaginar sequer as consequências do poder das erradas palavras, e ainda das palavras que aqui faço se parecerem duras demais. Mas em vão de tudo isso, me sobra um enorme amor e uma paz indescritível do que eu não compartilhei, dos estúpidos pensamentos que não dei chance de serem divididos.

A última vez que fui visitar a minha mãe na casa que era dela, pude ouvir as bênçãos e a frase que vai ficar em minha memória para sempre:”...vá e seja feliz...”. E nas últimas visitas que a fiz em meio a natureza, pude apenas ver um sorriso da alegria cada vez que ela me via (...) Eu cantei na UTI - “Que nem Jiló” - e enquanto eu a olhava e beijava a sua face, pude sentir em algumas tentativas de respirações mais profundas a música sendo acompanhada, pois era a música que cantávamos juntas em dias das minhas insanas alegrias. Absorvi em um último momento o ensinamento do “compartilhar” que foi nos dado da sua maneira. Como cada um possui uma interpretação, aprendi em dias de Domingo que onde se alimentam 3 bocas, podemos alimentar mais 10, e pude estender esse compartilhamento em meus sentimentos, e em minhas emoções. Então, absorvo apenas o melhor do que pude aprender, porque é somente isto que deve ser filtrado; os momentos bons, os momentos do bem. Pois para o restante grito o que não quero, e possuo um grito forte, espantando o que não me convém. Com isso torço para que nesse caminhar, as pessoas que poderiam ter sido melhores se façam para outras, e não mais para mim.

Aos poucos consangüíneos que tenho o carinho da convivência, aos meus amigos, aos pais de meus amigos, aos avós de meus amigos, isto é, a familia que pude redescobrir nessa caminhada de fé, quaisquer palavras que eu possa mencionar será pequena para o tamanho da emoção que sinto em tê-los por perto. O meu melhor agradecimento não irei deixar em palavras, mas em cada atitude que eu puder fazer em minhas caminhadas, juntamente dos sorrisos que eu fizer por receber , sendo compartilhado aos meus.

Aprendo com tudo que o diálogo está para o amor, e o silêncio para a dor.

(Jane Eyre Queiroz)