quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012



O EMPREENDEDOR E O LOUCO DO PARQUE LAGE


5° DIA - QUINTA
(07.04.2011)

Alguma coisa acontece no meu coração. Será um infarto do miocárdio?"

Inicio a escrita com dois nomes que considero de fundamental importância durante a minha história no Parque Lage: Rodrigo de Freitas Mello e Castro e Rodrigo de Souza Leão (ou RSL).



Rodrigo de Freitas Mello e Castro foi um dos “sangues” reais que poderia fazer uso de posse com suas riquezas e um belo administrador que poderia adquirir bens e valores de uma grande sociedade, um verdadeiro empreendedor.


Rodrigo de Sousa Leão (ou RSL) foi um Jornalista, Poeta e Escritor admirado por tantos outros Poetas Contemporâneos. Um autêntico produtor de idéias e tentações. Sua tendência era enlouquecer o mundo com sua criatividade, mas quem ficou louco foi ele e, tão novo...  


A Coincidência, O Destino e A Centralização de Energias são grandes pontos de questionamento para os romances, ou melhor, como é dito nessa nossa “Nova Era” para os “Casos” de prováveis amores. O Parque Lage foi o local no qual pude visitar no Rio de Janeiro e que me deixou um leque de questionamentos, ao mesmo tempo em que me adaptava as inspirações dos desejos e concentração na qual eu estava dedicada.

Se nós queremos viver um “Grande Amor”, tome nota: Concentre-se, mas não como um amor platônico, e sim, um amor vivido, tocado e sentido (...). E na Escola de Artes Visuais do Parque Lage eu pude assistir apenas a uma aula de História da Arte, e o que o distinto Professor repassava aos alunos, pouco me interessava já que não estava lá para isso. A minha função principal era ocupar o meu tempo ao máximo para que logo eu pudesse encontrar na Serra, ou no Mar, o amor que não fizesse o meu coração parar. A Vitalidade é na realidade o valor do verdadeiro Empreendedorismo pelo qual devemos viver com paixão tudo aquilo que acreditamos e, nos dedicamos ao crescimento próprio, referindo-me a espiritualidade e a sexualidade, visto, no que talvez ninguém acredite, ou no que poucos teriam coragem de fazer, ou melhor, viver.

Viver um "Grande Amor" é ter tempo planejado, desejos compartilhados, sonhos não realizados e futuro descoordenado, calma, não leve isso muito a sério, eu só terei a certeza da minha escrita depois de contar essas histórias aos meus netos. De nada nunca sabemos e, do pouco muito vivemos. As minhas observações se iniciam desde o rosto de cada pessoa que frequentava o Parque Lage, aos inúmeros locais e corredores que sentimos a liberdade e a vibração - “sabe, alguma coisa acontece no meu coração...” - Além dos casais que pouco sabem da energia que o lugar os trás.

Quando eu estiver com o meu amor no Rio, vou querer trilhar o caminho que nos guiará ao Corcovado. Ali, eu não tive coragem de tanto caminhar sozinha porque todas as histórias se encontram e todos os destinos se eternizam. Se não forem aos olhos de Deus, aos olhos alheios.

Rodrigo de Freitas Mello e Castro foi o grande energizador do Parque Lage, ele que iniciou a ideia de levar um Paisagista e toda sua concentração em tornar do lugar (com muito “Amor”) as mudanças de um local em meio a natureza - no tão esperado projeto a uma adequação romancista - A prova de toda essa energia colocada nesse lugar mágico se faz quando depois de 80 anos, Henrique Lage, consegue reaver a propriedade da família. Henrique que foi Bisneto do Homem que deu origem ao nome do Parque Lage, foi  o Homem que na realidade apareceu na história com o registro do Primeiro “Grande Amor” construído no Parque. Henrique iniciou a remodelação do local que havia comprado e que foi origem dos sonhos de um Bisavô para toda a familia, além disso, a sua remodelação foi para agradar a sua esposa em cada metragem elaborado do local. O nome da esposa era Gabriela, uma talvez inspiração de Jorge Amado, que não tinha o corpo tão perfeito, mas uma voz magnífica, ou quem sabe talvez ela fosse uma Sereia surgida nas águas de Copacabana, bem, não vou confundir a “Garota de Ipanema” com a Italiana Lírica, esposa de Henrique Lage, mas que fique claro da inspiração feminina aos Grandes Homens, nos Grandes Amores.

Na condução que me levava à Rua do Jardim Botânico eu conversava com uma Senhora, que até hoje me falha o nome porque acho que nem a perguntei, mas a expliquei o motivo que me levara ao Rio de Janeiro quando ela me fez a curiosa pergunta: O que me levou até ali? Depois de explicado ela me disse: “Pequena, todo Rodrigo de Empreendedor e Louco tem um pouco, cuidado pra não cair do Corcovado”. E foi exatamente o que pude perceber em cada quilometro do “Grande” Parque, mas, uma coisa é certa, acredito fielmente que “Ninguém se conhece tanto a ponto de abrir a porta para um estranho sem saber que este estranho é ele mesmo” - Tínhamos muito em comum, pois nos mostramos confusos, em momentos difíceis – E é assim que todo grande amor se inicia... E se não inicia, se termina com a curiosidade de um futuro que nunca mais será o mesmo... Segundo a lenda de um Restaurante Secreto, que de secreto hoje não tem nada, o Benoit, poucos sabem e poucos que frequentam dizem  que: Todo amor que não é vivido, nunca entenderá porque a melhor e mais cara mesa desse lugar que existe à séculos, fica no meio do restaurante. Eu talvez nunca vá à Paris para descobrir, mas não é tão difícil chegar caminhando ao Corcovado, ou interpretar esta mesa do Bernoit bem centralizada - Acredito que se não vivemos um grande amor, nunca encontraremos o nosso próprio centro de equilíbrio.

Depois do primeiro Rodrigo, me veio o segundo Rodrigo, e foi olhando um daqueles alunos um pouco normais e outros tantos anormais que minha memória ressurgiu na lembrança do tal Rodrigo de Souza Leão, com suas anormalidades e desenhos inventados, como “A insustentável leveza do elefante”, uma recordação que me fez rir em plena aula e que imediatamente também me fez sair da sala. Acho que todos me olharam como se eu fosse o próprio RSL.


A questão é: A senhora da condução tinha razão, achei o Rodrigo Empreendedor e o Louco que ela jugou existir dentro do Parque Lage. E quanto ao início do “Grande Amor” que até eu juguei existir, não foi por nenhum Rodrigo, já que vimos o registro de um Amor no local iniciado por um homem chamado Henrique. Então, a moral da história é que nunca sabemos quem de fato será o nosso “Grande Amor”... Afinal, esquecemos que além da Serra e do Mar, existe o Oceano Atlântico e tantos mais Castelos, Príncipes e Poetas dessa “Nova Era”.

(Jane Eyre Queiroz)