terça-feira, 3 de novembro de 2009

O BEM DE SORRIR





Quando lemos e ouvimos que o “sol(riso)” é um dos melhores propulsores das coisas boas que temos, acreditem, é verdade.

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Logo que se fez decidida a resolver a sua vida. A menina parou de olhar para trás e conseguiu um trabalho, logo ela havia transferido seus cursos itinerantes para os sábados e suas aulas para a noite.

Como desafios sempre existem, as 16 horas ausentes de casa trouxeram transtornos que a faziam procurar a melhor maneira de encarar tudo que estava designada, para que logo houvesse a tal da adaptação que passa a existir quando o tempo corre pelas horas, se transformando em dias, meses e logo em alguns anos.

O que existia fora do mundo de sua casa e fora das pareides de seu quarto eram pessoas que pareciam ser mais de uma mesma pessoa, com as mudanças de humores insuportáveis e com isso o tal medo; medo de pessoas, medo do mal, medo de um mundo desconhecido. Ninguém avisara a ela como as coisas seriam a partir dali, e depois veio a descoberta de que nem os mais inteligêntes saberiam o que o amanhã lhes diriam.

Desta forma, não poderia ela ser o produto de seu meio. Como ser algo que não suportava ser? Para se tornar “uma adulta” de respeito teria que seguir padrões que a massa estabelece? Essa seriedade insensata, a mesquinhez desumana, o mal humor arrogante. Isso tudo parecia fazer as pessoas se classificarem como bons profissionais (por serem sérios), adquirirem respeito ( pelo temor), serem inteligentes (e mal educados), mas apenas pareciam tudo isso diante de uma sociedade hipócrita, e até mesmo inteligentes.

A menina que entendia de tudo um pouco, e de nada muito, olhou-se no espelho uma noite e disse: - Quer saber? Eu vivo para viver! E como disse Locke: “O direito da propriedade é a base para a liberdade”. Se sou propriedade de mim mesma, terei que fazer tudo exetamente da minha maneira.

E desde então seu bom humor era a irônia de tudo que não aceitava, um bom dia todos os dias para todos que passavam. O interesse pelo nome das pessoas a quem menos era reconhecido na sociedade; como um flanelinha (Seu Luiz!), um pipoqueiro (Seu Amaro!), uma trocadora de ônibus (Querida Francisca), um porteiro (O Zé). Os dias foram se transformando e o respeito que todos esperam da maior classe à menor, deu-se inversamente.

Então ela se sentia a cada dia mais forte para enfrentar dias de chuvas e dias de sol. E começou a não se importar tanto com quem não continuaria a caminhar ao seu lado, ela compreendeu por diversar vezes que existem pessoas fracas e pobres de espírito, dessas que se aproximam para roubar ou encontrarem a fonte dessa energia inexplicável, mas não por serem tão mau(s), mas por sentirem a necessidade de algum tipo de auto-afirmação, alguma cooperação, ou traduzindo pelo entender mais franco: algum interesse sem valor e sem firmações.

Os sorrisos dado e os abraços distribuídos pareciam ser alimentados por compaixão, carinho e vontade de ser feliz. Acreditava ela que a vontade era a maior propulsora do entusiasmo. Até mesmo Orison Marden disse: “Uma vontade acha uma maneira”. Vontade é tudo mesmo, embora seja algo que dá é passa como uma vez ela ouviu. A persistência, a vontade e a ação são grandes caminhos a se trilhar, e procurando esses caminhos sorrindo, a tendência é que as portas surjam com maior rapidez, as escolhas aumentem, e tudo mais, até mesmo os sonhos.

Maravilhosa é a vida quando entendemos que a humanidade é composta de personalidades de todos os tipos. Há os que ajudam e os que derrubam. Os que constroem e os que destroem. Os que elogiam e os que criticam. Os que invejam e os que desejam o bem. Os que amam e os que odeiam. Os que são verdadeiros e os que fingem. E quão bom é quando, a todos, indistintamente,
desejamos um sorriso, mesmo que não nos olhem, e um bom dia, mesmo que não nos ouçam nem nos queiram ouvir dizer.

(Jane Eyre Queiroz)